Gabriel e a Vila do Vinil

A construção do roteiro da série Gabriel e a Vila do Vinil foi um trabalho de escrita através de reuniões e pesquisas entre os roteiristas. A proposta de linguagem foi assumir uma estética de contação de história. Noemi — um bicho preguiça ancestral — é a narradora na série e aparece sempre no início de cada episódio. O roteiro traz também o tom lúdico e da brincadeira, propondo atores interagindo com bonecos, potencializando a imaginação da criança através do universo mágico que é a Vila do Vinil

Foram guias chaves para a linguagem da escrita da série: engajamento antirracista e decolonial; e a relação meio ambiente e seres humanos. Com engajamento antirracista e decolonial, a série apresenta um conteúdo voltado para questões históricas da cultura afrobrasileira. Isso é transposto também na visibilidade espacial — uma comunidade quilombola mágica — e na representatividade de personagens negros como protagonistas.

Já quanto à relação meio ambiente e seres humanos, a série mostra o fato de vida e morte estarem interligados como uma transformação da matéria, ou seja, o ser humano é ao mesmo tempo ser e natureza. As imagens — tanto reais quanto inventadas — da fauna e da flora evidenciam a importância sobre nosso patrimônio ecológico: a mata atlântica — território em que se passa a história. No desenrolar da narrativa, percebemos o engajamento dos personagens na necessidade de preservação do meio ambiente.